Comemorações dos 100 Anos do Armistício 11/11/2018 / 11 Horas

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                                Assembleia Municipal das Comemorações dos 100 Anos do Armistício
                                                                     11/11/2018 / 11 Horas

                                                    História do Capitão Capelão Manuel Caetano

Manuel Caetano Pároco de Coz
Ofereceu-se como capelão voluntário em 25/02/1917 seguiu em Abril de 1917 para França, Assistência religiosa. Á data da Batalha de La Lys, assegurava a assistência religiosa da 6ª Brigada de Infantaria.

Não querendo sacrificar mais ordenanças, pois era enviá-las, para a Morte certa, o Comandante perguntou quem, voluntariamente quereria ir de novo desempenhar a missão, de levar á infantaria 5 a Ordem de avanço.

Olham-se os heróicos oficiais e de entre o grupo avança o Capitão- capelão Manuel Caetano, declara ser ele e não outro a ir levar a Ordem de avanço.
Conhecedor dos caminhos de todo o sector, evita os cruzamentos e as vias mais largas, que continuavam a ser, batidas pela artilharia inimiga.

No caminho que segue, deparam-se-lhe cenas comovedoras, como soldados que se arrastam, enquanto tinham forças, retirando-se das trincheiras, alguns moribundos, todos sangrando de feridas recebidas.

Um dos feridos mais graves que se lhe depara é um oficial, que não pode pronunciar uma palavra. Um estilhaço rasgava-lhe o rosto e da ferida, jorrava sangue em abundância. Não dava acordo de si.

O Capitão-capelão procura estancar-lhe o sangue. Retira o ferido do caminho e corre a entregar a ordem que levava. Entrega esta, regressa e dirige-se para o local, onde deixara inanimado o oficial, que continuava inanimado. Consegue carregá-lo ás costas, até ao Posto de Socorros, bastante afastado, onde o entrega, regressando ao Comando para dizer ter cumprido a sua missão. Voltando a percorrer o caminho, novos feridos ajuda a conduzir e conduz ao Posto de Socorros.

O Oficial veio a recuperar a vida e do ferimento ficou-lhe uma cicatriz que lhe atravessava o rosto. Quando procurou saber, quem o levantara e conduzira ao Posto de Socorros, apenas soube que era um Capelão. Após porfiados esforços veio a saber que o Capelão que o salvara fora o Reverendo Manuel Caetano.

O Oficial ferido era o Alferes Jaime Trancoso Leote do Rego, que procurando o seu salvador, ao pretender agradecer-lhe, foi por este obrigado a não proferir palavra, pois se limitara a cumprir o seu dever.
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Decorreram alguns anos. O revº. Caetano é encarregado da Freguesia de Alcanena, onde a perseguição e o ódio á Igreja, chegaram ao ponto de queimarem a Igreja Paroquial.

O revº Caetano era na vida paroquial o que fora nos campos de batalha, zeloso, trabalhador, cumpridor dos seus deveres. Os inimigos do clero e da Igreja não tinham desarmado com o incêndio da Igreja e sobre qualquer pretexto prenderam o revº Manuel Caetano. A notícia da prisão chega á Escola Prática de Cavalaria de Torres Novas onde prestava serviço o Oficial a quem o revº Manuel Caetano salvara a vida.
Ao ter conhecimento da prisão, um esquadrão de cavalaria, sob o comando do tenente Leote do Rego, o ferido encontrado na margem da ribeira de Calonne, vence em poucos minutos a distância que separa Torres Novas de Alcanena. Ao chegar á casa onde está preso o revº Caetano, o heroico oficial apeia-se, corre a abrir-lhe a porta e obriga-o a vir para a rua. O que o destinto oficial disse, aos que ocorreram a presenciar a chegada do Esquadrão de Cavalaria e a libertação do revº Caetano não sabemos, mas sabemos que desde essa data o revº Caetano era olhado e respeitado, por aqueles que o tinham encarcerado.

O revº Manuel Caetano exerceu a sua missão na Flandres em infantaria 7, onde contou sempre, desde o oficial mais graduado ao mais humilde soldado, as maiores simpatias e recebeu as provas mais significativas de quanto todos o estimavam.

Esta missão valorosa junto dos combatentes de Coz, valeu lhe ser condecorado com a Cruz de Guerra de 2ª classe e feito Cavaleiro da Ordem de Cristo com Palma.

Foi este Padre que promoveu a colocação da Lápide contendo os nomes dos combatentes da Freguesia de Coz na fachada do Mosteiro, honrando e recordando, assim os seus companheiros, eram 36 regressaram 34 faleceram 2.

                                                                                  Em Alpedriz

Martim Pinto da Rocha Pároco de Alpedriz, ofereceu-se como Capelão voluntário em 11/02/1917 seguiu em Abril 1917 para França Assistência Religiosa. Regressou a Portugal em Julho 1917 por motivos de saúde. Foram 13 Combatentes e regressaram todos, sepultados no Talhão construído para eles no Cemitério de Alpedriz.

                                                                                   Em Montes

Foram 15 Combatentes e regressaram todos, recordados em Lápide na Fachada da Igreja dos Montes. A Destacar temos o Tenente Coronel José Rodrigues Brusco Júnior, foi Presidente da Assembleia geral do núcleo dos Combatentes de Alcobaça em Maio 1925.

Em todos os locais da união que fazem referência aos combatentes foi feita uma pequena cerimónia em sua homenagem, Colocando uma Palma de Flores e celebrando a Vitória da Paz.

 

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